Que dure enquanto seja eterno

Se eu soubesse escrever poesia

pra você eu diria

que os meus braços, um dia vazios,

agora cheios de abraços enlaçam

o seu olhar,

meu farol,

luz solar que me aquece,

minha forte estrela guia,

porto pro meu corpo sedento

de serenas águas de amorosa baía

que me acolhe envolvente

quando aporto em calmaria.

Mas se me distraio

e me perco em lidas,

nas idas e vindas da vida,

na luta pelo sustento

e na eterna busca por tantos saberes,

murcham-me as velas

ao encontrar no retorno

os transtornos das águas suas,

agora turvas, sombriamente incertas,

rugindo túrgidas as sombras das dúvidas

que não têm fonte real ou concreta

posto que meu corpo, coração e alma,

só encontra calma no conforto do seu porto

e nos beijos lânguidos das ondas amorosas

das chamas liquefeitas do seu tépido mar.

Como dizer sem que soe um falar vazio

que, não importam as rotas que traço,

será sempre pro abrigo dos seus braços

único porto a nortear o meu caminho,

que irei voltar

e lá ficar

e nada mais querer ou precisar

além do que já me contempla

e me completa,

amante amado abrigo,

calor bastante para o meu desejo,

e outro não vejo,

nem aqui, nem no horizonte

que se espraia no espaço amplo,

porque é minha escolha certa,

fonte dos meus sentimentos,

vaso único da minha paixão.

Que dure enquanto seja eterno...

Maria Iaci
Enviado por Maria Iaci em 15/10/2009
Reeditado em 06/11/2009
Código do texto: T1867510
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