Desalento

Vida!

Um desalento

Tento, agora que sou lento,

Entender, por quanto tempo,

Há de se esperar

Pelo momento

Jovem, atento

Busco no alento

Amor! e me contento

Com a dor

Do pensamento

Em ter no corpo o sustento

Que comanda o movimento

Na lista... um novo tento

Ah! febre juvenil

Que a mim, parece vil

Sentir o gozo mil

Que se ezvai

Como quem partiu

Outra, mais outra e mais outra...

E a seguir, solidão fosca

O coração afrouxa

E depois...

Outra, mais outra e mais outra....

Meu desalento é canibal,

Porque o corpo me afronta

E no prazer se amedronta

Parece um animal

Ledo engano espiritual

Onde a carne sacia

O eterno sulco vital

Sou o mesmo a cada dia

Buscando a apologia

Em Apolo que me guia

Na mais confusa ousadia

Que nos versos me traria

Conforto, prelo e alegria

Da universal mentira

De amar em confraria

Sacia corpo, Sacia

Morre como nascia

Do nada,

simplesmente do nada.

Amor, Amizade, Coração... Meu vírus vital!