INJUSTA FOME DE AMOR
Tu és melhor que todos os sublimes episódios;
Aprimorou-me com primórdios do que passou e me virá;
E eu aprendi que sou capaz de amar, até sob destroços;
Que mesmo sem esforços, me vi por ti a guerrear!
Eu vi o céu pedindo asilo em tuas curvas;
E importei meu rosto às chuvas da ilusão sedenta;
Vi uma nuvem cinzenta se dissipando em cores turvas;
E as minhas lágrimas viúvas formando o mar que te inventa!
Um cume gradual, uma fração de imensuráveis;
Tão degustáveis quanto o lume de um sol na madrugada;
Uma viagem sem estrada que ruma a esquecimentos memoráveis;
Que são os brilhos amáveis do olhar de minha amada!
Porque não posso circular todas as retas desse carrossel;
Há um doce fel vertendo fontes de açúcares amargos;
Nos teus sorrisos largos achei atalhos para o céu;
Porém a fome é tão cruel, que me negou os teus pomares fartos!