AMOR EM PROSA E VERSO
O que seria do verso e da prosa
se não existisse a inspiração?
Rimas seriam apenas palavras desconexas,
amontoados de letras sem expressão.
Escrever é viajar por entre mundos sem fronteiras.
O poetar do poeta percorre distâncias intangíveis,
sem pedir licença invade mentes e corações,
agrega os contentes aos descontentes.
A poesia revela o estado de espírito do poeta.
É o momento em que um ser se despe de preconceitos,
e sem qualquer vergonha se mostra nú,
aos olhos que atentos lêm.
Ainda que gestos, muitas vezes,
se traduzem mais eficientes que palavras,
estas, por sua vez, podem ser fortes,
tão impactantes, ao ponto de gerar um amor.
Não me é possível escrever sem sentir.
É como um corpo sem alma.
Quando os sentimentos afloram,
os dedos se movem rumo a uma aventura.
O amor sempre foi minha força motriz.
Quando descobri o sentir de algo jamais sentido,
pude me sentir querido.
Destemido, encarei os versos de peito aberto.
Minhas palavras são um retrato de meu coração.
Traduzem minhas alegrias e angústias,
meus erros e meus acertos,
o prazer teso do gozo, e a as aspereza da solidão.
Embaixo de meus escombros emocionais,
repouso cansado num canto empoeirado.
As lembranças são feridas não curadas,
mas com seus tons vívidos, me lembram de estar vivo.
O que resta de mim sente o amor,
um amor tão forte,
que insiste em permanecer em minha alma.
Um amor que decidiu viver enquanto eu estiver vivo