OCULTO

Meu visitante oculto diz que é coisa de louco,
Eu sei e não me importo...
Quero a loucura da saudade,
Quero o descontentamento que me faz criar
No silêncio das madrugadas.
Quando o cheiro da dama-da-noite
Quase sufoca no quarto,
A janela fechada não me protege da vida,
Não me importo...
Há mais perigos dentro do que fora de mim.
Não tenho muita definição a meu respeito,
Apenas respeito a dor de cada hora,
A esperança de cada momento
E se isso me define...
Então, sou a dor que sabe esperar.
Cada um se ocupa do que pode,
Eu ainda me ocupo das mesmas esperanças.
 
Adriana Leal




Texto revisado por Marcia Mattoso