QUE NOSSO AMOR NUNCA ENVELHEÇA

É um súbito apagar de chamas,

um gélido oceano melancólico

que parece arrefecer o instante

e faz do amor que vejo, sombras,

transforma o fogo em gelo,

evapora sentimentos como água,

cancela sorrisos enaltecidos;

então o desânimo vence a alma,

o coração já não acredita

nas palavras que falas

e eu custo a crer que sou feliz.

Porque a meiguice de outrora

teima em tornar-se pragmatismo

e a razão domina a emoção,

o cotidiano rouba a esperança,

a pressa da vida mata o prazer,

os afazeres furtam o teu tempo,

teu olhar não brilha ao ver-me,

o começo em ardor virou poeira,

a passagem dos dias em rapidez

arrancou-te d'alma os desejos

e teus braços não mais abraçam,

teus lábios esqueceram os beijos,

teu calor esfriou, fragilizou-se;

em que parte da jornada

ficaram os fragmentos de amor?

Quero voltar para reavê-los,

vou juntá-los em mosaicos,

meu ser anela a candura

do primeiro beijo apaixonado,

do abraço que nunca terminava,

da intimidade que se eternizava,

das noites inacabadas, perenes,

da alegria presente em teus

lindos olhos cor de esmeralda.

Não permitemos o paulatino

morrer do amor pelas rupturas

da rotina que leva a paixão

para o mar da amargura

e do esquecimento.

Nosso amor não deve

envelhecer.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 13/10/2009
Reeditado em 18/04/2010
Código do texto: T1864581
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