QUANDO AMAR É TUDO
Descansa a minha fuga no divã dessa loucura;
Porque nem mesmo a incerteza obtura essa cratera de convicção;
Refaço as inteirezas com dissolução, me dilacero com ternura;
E aos céus me lanço quando na desembocadura de tua sedução!
E passo a expelir o que me contradigo por osmose;
Nessa bendita virose que me bombeia jasmins pelos pulmões;
Negando atendimento às deprecações no sal da doce hipnose;
Achando nos teus lábios a overdose dessas fascinações!
E o giz dessa promessa não é calcário de frágil fragmentação;
É nutriente para a irradiação do sol em tempos de penumbra;
O solo é platéia que se deslumbra perante a graça de tua locomoção;
E a mais perfeita emoção se dá no meu olhar que te vislumbra!
Louvada seja a transigência que em mim se faz intolerante;
A eternidade presa ao instante em que se dá essa sinfônica perfeição;
Porque não fosse a tua mão, meu coração seria andarilho errante;
Pois sem o teu semblante até o horizonte seria um espetáculo vão!