O DESPERTAR AO LADO DELA
Num leito de alvos panos me desperta
- com os olhos negros de bela donzela;
a forma pura, traços delicados -;
a minha amada, recém-despertada.
Eu vi o rosto dela à espera
- n'oras primeiras do dia vindouro,
iluminado pela luz das frestas -;
Do beijo apaixonado e as frases belas.
Envolto aos pés, vê-se ainda enrolados
os lençóis alvos - parte das cobertas -;
em que na noite, ao frio regelado;
cobre os corpos dos que à manhã despertam.
É quente o afã dessas primeiras horas;
assim como é nos corpos reunidos.
Unidos pelo tempo que perdura.
- O amor que se faz na noite breve -;
É quente a mão que passa no cabelo;
que passa pelo rosto, toca os lábios.
Que une-se no toque d'uma outra:
a mão do seu amante, seu amado.
No leito de lençóis enbranquecidos
as horas passam lentas, saborosas.
Durante a claridão daquele dia
Só vista pelas frestas da janela.
Por onde passa o vento da matina;
o que refresca dela, a pela alva;
que faz bater com força as frestas velhas.
E faz cobrir de frio o corpo dela.
No quente afã de umas primeiras horas;
e despertado aos braços da donzela.
Juntos no leito, perto da janela;
cobertos pelos panos da coberta.