“Dio, come te amo...” (I)
Éramos estrelas naquela manhã fria...
Começava o Dia das Mães... Ainda era maio,
Mas o Inverno brindou-nos com geada branca
E o sol nascente espiava de soslaio...
Queria ali dar-te a minha vida, em recompensa,
Ao presente de tua vinda inusitada...
Mal brotava o sol no horizonte
Mas nossa casa como foi iluminada!...
Uma chuva de pétalas de rosa
Brindou-nos o Céu com sorrisos de alegria...
Aqui dentro era a mais verde primavera
A flor acalentada e aconchegada ria,
Como uma princesa...
Saudade daquela manhã emoldurada
Por teu sorriso e tua risada cristalina...
Quantas estrelas foram penduradas
À nossa volta com tão belo fascínio...
Foram momentos de Paz e de Ternura...
Era um dia diferente dos demais:
O vento frio trazia consigo uma mistura
De: “Fica comigo! Quero mais!”...
Ao som de valsas dançaram nossos sonhos...
Eram violinos que se ouviam, invisíveis...
Era um piano tocando certamente
De Schubert uma Serenata inesquecível...
Mas no fundo dos nossos corações
Agigantou-se maior simples canção,
Há muito perdida das paradas de sucesso
Mas a que ficou em nosso coração:
“Dio, come ti amo...” (Somos do tempo do cinema!)
E desta música singela... O primeiro filme...
Pela vez primeira seguraste minha mão...
E nela nosso amor uniu-se firme...
Éramos estrelas naquela manhã fria...
Uma flor e um Príncipe, “o amado...”
Depois disso... Quem imaginaria
Que seria a última vez que estivestes do meu lado?...
“Dio, come ti amo...” Ficou só a canção...
E a saudade que maltrata o coração...