Crepusculo á Chuva
Chove tanto lá fora,
O vidro-pára-brisas,
Coberto de mil gotas de chuva cristalinas,
Turvam a visão!
Já se pressente o Mar de cinzento vestido,
Fustigando as falésias, impiedosamente,
Lá em baixo,
Deixando um espesso manto de espuma,
Onde por entre bolhas e limos, se encerram histórias,
Memórias de outras paragens, de outros Mares!
Cá dentro, por entre golfadas de cigarro,
d'um azul-prata,
Escuta-se o embalo irrestivel da Carmina Burana!
Em teus labios,
Forma-se um requiem de efémeras fumaças!
Somente um terminar apoteótico da tua melodia,
emprenha o ar, num certo gesto, num certo toque!!
A teu lado, calada, escuto o teu silêncio,
Embalo-me no "crescendo" do "Concerto de Aranjuez",
Mal notas a minha presença!
Encerro-me no meu sonho,
De melodias e maresias crespusculares.
Agarro ao de leve a tua mao, presa ao volante ainda!
E afago com ela minha face!
Timidamente, deposito nela um beijo,
Profundo!
E regresso, ao meu canto,
neste lado da Vida,
neste canto do Mundo!
Tão distante das tuas Luas e dos teus Sóis!!
Parti,
Deixei minha presenca, a teu lado,
Olha bem, no acento do carro,
Sentes a fragância da alfazema??
E o calor dos Girassois??
Chove tanto lá fora,
O vidro-pára-brisas,
Coberto de mil gotas de chuva cristalinas,
Turvam a visão!
Já se pressente o Mar de cinzento vestido,
Fustigando as falésias, impiedosamente,
Lá em baixo,
Deixando um espesso manto de espuma,
Onde por entre bolhas e limos, se encerram histórias,
Memórias de outras paragens, de outros Mares!
Cá dentro, por entre golfadas de cigarro,
d'um azul-prata,
Escuta-se o embalo irrestivel da Carmina Burana!
Em teus labios,
Forma-se um requiem de efémeras fumaças!
Somente um terminar apoteótico da tua melodia,
emprenha o ar, num certo gesto, num certo toque!!
A teu lado, calada, escuto o teu silêncio,
Embalo-me no "crescendo" do "Concerto de Aranjuez",
Mal notas a minha presença!
Encerro-me no meu sonho,
De melodias e maresias crespusculares.
Agarro ao de leve a tua mao, presa ao volante ainda!
E afago com ela minha face!
Timidamente, deposito nela um beijo,
Profundo!
E regresso, ao meu canto,
neste lado da Vida,
neste canto do Mundo!
Tão distante das tuas Luas e dos teus Sóis!!
Parti,
Deixei minha presenca, a teu lado,
Olha bem, no acento do carro,
Sentes a fragância da alfazema??
E o calor dos Girassois??