SAUDADE SEM DOR
Como era comum em mim há pouco tempo atrás, eu poderia escrever coisas intensamente profundas e com uma dramaticidade de se invejar.
Mas não sei por que desde que você chegou tudo que era agonia fugaz, ficou calmo.
A frugalidade do sonho... Da esperança, virou concreto.
E o que era passível de dor, ficou manso.
O medo deu lugar a um sentimento inexplicavelmente seguro, que eu nem sei o nome.
Na verdade, é um sentimento tão inusitado em mim, que eu nem sei sentir direito.
Não sei se é bom ou ruim.
Sei apenas, que não corrói nem me deixa fraca.
Me preenche mesmo quando você não está perto.
E quando perto, é como se nunca tivesse se ausentado.
É pequeno e grande.
Tudo, mesmo quando nada... Se é que nesse sentimento caiba um nada, pelo simples fato de ser TUDO.
Vou tentar descrever de forma simples...
Vi um casal se beijando, e meus olhos marejaram por um breve instante.
Porque eu... Senti saudade de ti.
Muita saudade de ti.
Calmo, concreto, inusitado, inexplicavelmente seguro e manso.
Estou com saudades de ti... Simples assim.
** Cínara **
“Eu queria ver no escuro do mundo
Aonde está o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Ás vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Tudo que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?”
(composição: Hebert Vianna)