MORTE NA VIDA

Vejo prevalecer minha história e o meu eu,
Minha própria vida conta,
Sinto-me exaurida pela prisão,
O tempo parece parar,
As portas não se abrem.
Os meus desejos estão mortos
Na imensa cela em que me encontro,
Como uma mulher sepultada,
Anonimamente,
Em um cemitério das tradições.
Num museu retida,
Enterrada, sufocada,
Enquanto em vidraças de cristais,
Borboletas moribundas voam,
Sem medo,
Procurando uma janela para viver.
 
Adriana Leal




Texto revisado por Marcia Mattoso