Num adeus cego

Enquanto te aguardo

no semáforo

da abertura dos sentidos

paro-me no corpo

escuro de um drama,

vou sacudindo as asas

perdendo as penas

e nelas me deito

em fria cama.

Risco um fósforo

no silêncio que se parte

e me reparte.

A ideia de ti já arde

num adeus cego

que te entrego.

Esse ar é um chicote

em mim que me consome.

Sangro-me calada, ausente

mas na garganta em chama

ferve o teu nome.

Presente…

Ao meu

indiferente…