GRATA LEMBRANÇA
 
Quem sou que ainda sonha o passado,
Que se volta a olhar um sorriso infantil.
Um triste amante com choro engasgado,
Que ainda sente no rosto um afago gentil.  
 
Quem sou que beijou a menina ainda criança,
Ainda criança não soube beija-la na boca.
Fosse sempre assim o amor como na infância,
Mãos dadas na chuva àquela maldade pouca.
 
Quem sou eu que agradeço feliz a sua poesia,
Que busca uma ponte entre dois amores,
O que ontem foi e que hoje flui na paisagem.
 
Quem sou eu poeta que se fez cantoria,
ente uma jóia rara ficou com as flores,
de um lindo jardim onde guardo a sua imagem.