QUASE VIDAS
Nestas avenidas quase existem vidas
O que vejo são desejos
Vozes geladas quanto a madrugada
Fechando feridas nestas quase vidas
Não conte comigo para ser seu abrigo
Estou voltando para o meu canto
Minhas feridas ainda estão doloridas
Não quero outras de volta à sua escolta
Nestas avenidas quase vejo vida
São muitos rostos, marcas e desgostos
Olhares tão vazios quanto frios
Faces de uma ilusão, faces da solidão
Pessoas se tocando e se soltando
Minutos escondidos e já são desconhecidos
A madrugada fica solitária e menos imaginária
Quando esquecem a vida para fecharem feridas
Não conte comigo para ser seu abrigo
Não quero fechar feridas destas quase vidas
As minhas ainda estão abertas e tão desertas
Nestas avenidas que desejo por uma vida