Dias de sonho

Olho a janela com seus mil contornos

de ruas, de nuas vontades de me despedir

por contas inimagináveis de sortes e amor

eu me finjo de menino e brinco;

finjo de homem e me encanto;

finjo de sombra e me escondo...

Tento gostos mais fortes,

porém, só o amargo de uma dor sem adornos

já me força a forçar as forças que gasto

tanto com engasgos de vidas futuras,

que a perdição se molda por mim,

se solta de mim...

Vejo casais normais,

pessoas normais

e as tonturas me reconhecem como único

que não tem as boas ações pra dar,

que não consegue suspirar

pelo simples fato de não ter o que tentar,

apenas um simples e monótono

esperar...