Apoiando-me no amor

Andei de pés descalços, sandálias nas mãos, carregando apenas a paixão sem medida no olhar.

Despi minh ´alma nas curvas sonoras de um pássaro liberto da gaiola, bati asas e voei ao longe...

O grito de liberdade salpicou nas pedras, ecoou entre as montanhas, de braços abertos rodopiei enlouquecida, saindo fora de mim.

Lancei-me na nudez do momento, em palavras doces e serenas, nos intervalos de dois tempos mergulhei.

Faz pequena a maior de todas as muralhas que nos envolve, em cálidas carícias despertei.

Em canção que o vento arrasta, dedilha na suavidade da voz trêmula emocionada, emergindo os anseios do coração em essência de flores.

Flutuei em teus braços, apoiando-me em teu ombro de amor, deleitei...

Desviar-me a lucidez na teia das ilusões, aconchegando-me manhosamente em teu coração.

Fiz uma viagem longa, encurtei distâncias, parei os ponteiros do relógio na hora exata.

Do cálice do amor embeveci minh ´alma aprendiz de poeta, rabisquei versos no despontar da aurora e toda prosa, cantei o amor em forma de poema.

De alma perfumada me alojei em tuas entranhas, estatelei façanhas que o amor proporciona.

Meu canto é refrão do teu canto, meu coração pertence ao seu, minhas mãos procuram as tuas em união absoluta, entrelaçadas vagamos...

escrito em

01.07.2006

por Águida Hettwer