ENTREGAS...
Quero me entregar em festas
Do minúsculo dedinho do meu pé e pêlo
Até à última raiz dos meus cabelos
Passando pelos músculos, veias e cerebelo
Deixando-a eletrizada por inteira
Ao mais leve imediato contato
Vendo o teu corpo ficar excitado
A me chamar para o mágico ato
Braços, pernas, coxas, nuca...
Seios, umbigo, axilas, mamilos...
Pescoço, lábios, pele intumescida
Beijos lânguidos molhados e demorados
Se alguém passar ao lado e encostar
Meio que distraído pode eletrocutar
Pela descarga de feronômio a se soltar
Tudo em ti no maior frenesi
Na loucura santa da volúpia solta
Na embrionária paixão que acalanta
Como um néctar de vinho em tua garganta
No perfilar e desfilar da fome e da sede
Nossos desejos sem freios ladeira abaixo
Na melodia do amor compondo em nosso peito
Pela umidade suave das paredes da gruta
Ouço o sussurrar murmúrio doce da fruta
Querendo a lambida generosa do deguste
E na magia da folia cai a noite indolente
Vem o amanhã no raiar de um novo dia
E tudo se renova e renasce para nossa alegria.
Hildebrando Menezes