Amores de lata

Amores de lata parecem fortes como pedra

Começam do nada e se fazem fortaleza

Mas com o tempo no tempo se esfarela

E o que era amor... já não mais era

Amores de latas eram diminutos

Agora são muitos inclusos no mundo

Crescem velozes tal qual a flecha

E o que era amor... já não mais era

Amores de lata surgem como o vento

Mas, não resistem ao casamento

Vivem esmaecidos como a favela

E o que era amor... já não mais era

Amores de lata também são virtuais

Vivem de glamour e festas colossais

Sorriem como o sol ante a janela

E o que era amor... já não mais era

Amores de lata, amores sem casa

Amores confusos, amores sem rumo

Amores que se vão pela fresta

E o que era amor... já não mais era

Amores de lata também enferrujam

São jogados ao lixo como entulhos

São reflexos vermes da nossa era

E o que era amor... já não mais era

Amores de lata surgem do nada

E pro nada segue a caminhada

Amores um dia luxo, hoje miséria

E o que era amor... já não mais era

Amores de lata podem durar um tempo

Um dia, um mês, um só momento

Já não se sabe o nome dele ou dela

E o que era amor... já não mais era

Nelson Rodrigues de Barros
Enviado por Nelson Rodrigues de Barros em 07/10/2009
Código do texto: T1853071