AMOR CRÔNICO - Retrô
Tarde demais para convencer a minha sede a não querer te beber;
Pois os caminhos que não te acham já foram desaprendidos;
Não há mais possibilidades de jogar e não perder;
Não reino mais sobre meus impulsos, se rebelaram meus sentidos!
A única possível alteração a esse quadro é o seu agravamento;
O coração já sancionou que o seu querer é simplesmente irrevogável;
A voz da emoção fala bem mais alto que o racional argumento;
Tamanha é essa paixão, que a sofreguidão tornou-se incontornável!
Essa vertência que se desata eu não consigo estancar;
Uma viagem rumo ao delírio, que ignora regresso;
É descompostura da fascinação, que se recusa a se educar;
É fonte de amor pelos póros a minar, cujo pouco já é excesso!
Tarde demais para tentar impedir o que já me venceu;
Não há mais como desistir, por temor à ilusão e ao desengano;
Toda sintomática dessa grave crise, de alto a baixo me acometeu;
Tarde demais para calar a minha voz e negar que te amo!!
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Última semana da série retrô. Vêm aí textos inéditos e a continuidade da série Almas Pequenas, além de outras novidades. Aguarde!