Lírica

Doces são teus lábios,

como morangos silvestres

Que eu colho pelas montanhas

nas tardes de primavera,

Flor fazendo exercício na brisa,

Água correndo do alto, serpenteando,

brincando de roda, na roda das rochas,

depois caindo no mar.

Sensuais são teus seios,

que sacia minha sede

de desejo e devaneios.

Na minha viagem imaginária,

chão ficando, trem passando,

eu ficando para trás,

esperando te encontrar

em cada curva da estrada.

Subindo montes, cruzando pontes,

espaço entre teus seios,

vertigem de altura.

Quente é o teu ventre,

como fogo de lareira,

que acendo e alimento.

Lenha virgem do campo,

corpo inteiro, aquecido,

suor no rosto escorrendo,

coração galopando a sensação de possuir-te,

eu brincando de morrer, ressuscitando,

por te querer, simplesmente.

*******