"... Toda vez eu me pergunto,
Quem será que pode completar
Esses versos mudos que eu escrevi?
Pra tentar me convencer.
Que eu consigo sem você,
Respirar enfim, um momento só pra mim,
E deixar a vida acontecer..."
(Alexandre Castilho, Marcus Menna, Victor Pozas)
CORAÇÃO DIVIDIDO...
Hoje,
encontro-me só...parida de chão...
Vivendo de velhas memórias,
tentando destruí-las, desaguando em qualquer canto,
feito corredeiras de emoção...
Hoje,
meus versos submergem a meu pranto,
enchentes, atalhos... feito larva , feito lama,
desconstruíndo muralhas, desbarrancando vulcão,
alimentando-se de escombros pelo chão...
Hoje,
bebo o veneno que destilei,
assumida depositária da dor que causei,
cristalizada pelo amargo do próprio antítodo,
que para ti, criei...
Hoje,
aprisiono-me em minhas próprias teias,
tecidas do desgosto peçonhento por mim fabricado,
lamento maldito de meu viver...
enroscada estou, louca nesse emaranhado...
Hoje,
procuro por você,
em meus dias, velhos dias passados,
não encontro vestígios, sinais...nada...
Talvez tenha sido um sonho, ou pesadelo, não sei...
Só sei que não encontro mais restos,
de nada seu, deste homem,
que uma vez muito amei...
(Dedico esse texto ao grande Naldovelho, um dos maiores poetas que já li, e a quem muito me emociona..Obrigada pelo carinho que a mim dedicas....)