Sou um homem de vidro…
De sólidas convicções
Mas
De frágeis paixões
Que vejo tudo transparente
E o que é real para mim
Por vezes
É meramente aparente
E as minhas emoções
São assim
Possuem a densidade
Dos cristais mais puros
Que são vistas à transparência
E por isso em mim
Só podem ver o que sou
A minha verdade
E como as coisas
São desta maneira
Como o real
E os vossos olhos me podem ferir
Enrolo-me nas palavras
Para de vós
Ao mesmo tempo chegar
Ao mesmo tempo fugir
Fugir do tempo que me escapa
Fugir
Do tempo que não me agrada
Observando do meu castelo literário
A fragilidade do amor
Que quando lhe toco
Se parte
Como a mais bela rosa
A mais divina flor
E é assim
Que com as coisas delicadas
Eu convivo
Bem vindos pois ao meu mundo
O mundo
D’
O homem de vidro…