Sou um homem de vidro…

De sólidas convicções

Mas

De frágeis paixões

Que vejo tudo transparente

E o que é real para mim

Por vezes

É meramente aparente

E as minhas emoções

São assim

Possuem a densidade

Dos cristais mais puros

Que são vistas à transparência

E por isso em mim

Só podem ver o que sou

A minha verdade

E como as coisas

São desta maneira

Como o real

E os vossos olhos me podem ferir

Enrolo-me nas palavras

Para de vós

Ao mesmo tempo chegar

Ao mesmo tempo fugir

Fugir do tempo que me escapa

Fugir

Do tempo que não me agrada

Observando do meu castelo literário

A fragilidade do amor

Que quando lhe toco

Se parte

Como a mais bela rosa

A mais divina flor

E é assim

Que com as coisas delicadas

Eu convivo

Bem vindos pois ao meu mundo

O mundo

D’

O homem de vidro…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 06/10/2009
Código do texto: T1850612
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