Meu avesso

Não sou pura nem indecente

Nem tão meiga e tolerante

altruísta e diferente

nem bela feliz

nem carente…

Tenho manhas

Uso senhas

a voz se altera

ás vezes doce

outras arranha.

Sou mulher comum

que ama, ri e também chora.

Quero o meu avesso exposto

como as rugas do meu rosto

para não me exigires

outra conduta.

Quero respeito

por meus defeitos

tolerância

por minha ignorância.

Quero querer

sem te ofender

me vestir de trapos

andar descalça

os cabelos prender

e ao me apetecer

ficar cintilante

bonita e elegante

sem me desculpar

sem te machucar.

Meu avesso

irá mostrar

o que não quiseste

olhar…

Paula Castanheira
Enviado por Paula Castanheira em 05/10/2009
Código do texto: T1849191