Luz dos Olhos

A cena: um sacrifício na ribalta;
Não havia a saída pra conter a maré;
A vida, um sacrário frio, sem fé,
fenecia numa saga sem volta.

Os teus sais... aguardara no meu Natal!...
Teu orgulho sádico deixou-me em peles,
Hoje sou um sabiá solto e reles;
Foste saliente como o vendaval!...

Corre doído o teu sabre na penumbra!
E na salmoura minh´alma obumbra;
...é o saldo de experiência tenaz.

Sacio da memória que se oblitera,
Vejo a salvação que dilacera,
Perdi a tua salva no rio fugaz!...


Ribeirão Preto, 26 de janeiro de 2003.
1h50 min.
Machado de Carlos
Enviado por Machado de Carlos em 05/10/2009
Reeditado em 16/10/2011
Código do texto: T1848663
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