Esperança de amor
Ouço a campainha tocar
Vou até a porta
Pergunto quem é
Uma voz doce diz:
“Um alguém que te ouviu,
Que te ama e te quer bem”.
Abro a porta e a deixo entrar
Não a reconheço
Mas faço um sinal lisonjeador
Sinto arrepio
A nuca esquenta
Espanto-me com a leveza de seus cabelos negros ao vento
Expressão angelical em sua face
Andar esbelto, falar instigante.
Engraçado como é a mulher
Um anjo que bate à minha porta
Que me faz juras de amor
Leva-me a fazer planos futuros
Sonhar com o inimaginável
Repensar os erros do passado
E me transformar.
Doce figura divina
Que carrega em meus sentimentos em seu peito
Os curativos para seus tombos amantes
As certezas de uma felicidade finita
Que na grandeza do universo se faz medida.
Galanteador coração meu
Bate forte como tambor
Incendiado pela chama dos olhares fixos
Centrados em um só querer
É do que amar
É ter certeza de que não irá mais sofrer.
Pensei, penso e continuo pensando
Como pode me tocar tão profundamente
As correntes de sangue não cessam
Estão a todo vapor
E o coração dispara
Então retorno a vida sã.
Ela, ali, sentada no sofá
Tomando suco de maracujá
Toda calma e ternura me fazem acordar e reconhecer
O meu amor estava ali,
E eu cego de ódio dos amores frustrados não percebi.
Sento ao lado dela
Pego em sua mão macia e começo a me declarar:
“Faltou-me prazer em dizer, faltou-me imaginação para sonhar,
Faltou uma bela mulher para que eu pudesse me apaixonar.
Então você entrou por aquela porta, serena, olhos cheios de amor e lindos cabelos ao ar
Proporcionaste a mim um momento raro que há muito tempo não sentia,
O coração bateu forte, enquanto isso a mente se envaidecia,
Em espírito de vanglória o eterno enfim se firmava
Descobri em você o amor que eu tanto esperava.”