O PRISIONEIRO

Julgando ser truque, oriundo de um ilusionista coração

Duvidando que uma chuva possa vir daquela nuvem escura

Crendo que há de brotar a nitidez na mais densa cerração

Sigo me obrigando a acreditar que tua doença não me cura!

Iludido pela falácia interior de que meu caminhar nunca retorna

Tentando imaginar que a porta de entrada é a mesma de saída

Argumentando com a lógica de que o concreto não tem forma

Insisto em dar adeus a essa completa impossibilidade de despedida!

Cego em meus sentidos e vencido em minhas capacidades

Derrotado nesses ringues em que me lançam as sensações

Colorindo de platônicas ilusões pelas visíveis realidades

Permaneço com esse complexo de céu, num coração sob prisões!

Assim me segue o vento, enquanto o tento despistar

Insiste esse meu dia amanhecendo a cada noite pretendida

Prisioneiro teu, algemado por teu corpo a me dominar

Amando o que não posso amar, sem controle e sem medida!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/10/2009
Reeditado em 16/11/2012
Código do texto: T1845445
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