O PRISIONEIRO
Julgando ser truque, oriundo de um ilusionista coração
Duvidando que uma chuva possa vir daquela nuvem escura
Crendo que há de brotar a nitidez na mais densa cerração
Sigo me obrigando a acreditar que tua doença não me cura!
Iludido pela falácia interior de que meu caminhar nunca retorna
Tentando imaginar que a porta de entrada é a mesma de saída
Argumentando com a lógica de que o concreto não tem forma
Insisto em dar adeus a essa completa impossibilidade de despedida!
Cego em meus sentidos e vencido em minhas capacidades
Derrotado nesses ringues em que me lançam as sensações
Colorindo de platônicas ilusões pelas visíveis realidades
Permaneço com esse complexo de céu, num coração sob prisões!
Assim me segue o vento, enquanto o tento despistar
Insiste esse meu dia amanhecendo a cada noite pretendida
Prisioneiro teu, algemado por teu corpo a me dominar
Amando o que não posso amar, sem controle e sem medida!