Ciclo
Partam de mim os princípios, entre meios, que sejam nobres meus fins,
cante entre dentes a boca seca desejando amar outra vez,
falem os versos que escrevo, entre as linhas, rimando meu sim,
ao ver-me universo recriado em ébrio preceito de pura insensatez.
Grite o corpo emanando vida no ciclo que recria o que iniciado já foi,
seja luz a imagem que nos horizontes formados entre meus dedos,
chova a justiça na terra que espera no amanhã o que hoje retenho,
na sobriedade do tempo que insano desejo à minha alma lançou.
Haja sempre a fé nos caminhos incertos de todo caminheiro,
seja feito o destino dos atos sonhados que concretizam em si,
sejam as sombras apenas imagens incertas e inacabadas,
criadas entre as luzes de um novo mundo que começa sorrir.
Venham meus sonhos ornados do real que já se faz sentir,
em meio às brumas, vejo o novo que começa surgir,
são feitos pó os passos marcados de velhos medos guardados
entre corpo e alma, a certeza de ser o que sempre pensei existir.
13/06/2006