Amor...verdes vertentes !!!

Se você estendesse tua mão como a lua seus brilhos,
certamente me cobriria de uma nova visão de mundo,
que  prossigo buscando apenas ao recordar teu amor,

que  um dia você transformou  em  tom de verde prado,
essa bela campina vestida de grama verde e luxuriante,
onde nossos corpos pela primeira vez se encontraram,

para perpetuar uma paixão que iria se combinar toda
em  nossos corpos livres daquelas   peias e cadeias,
num fruir, como se nós dois fôssemos frutos saborosos,

já prontos e preparados para mostrar toda sua polpa,
essa pele que se vai descobrindo devagar, saboreando,
para sentirmos na boca expectante o querer desejoso,

que não poderia se esgotar como uma maré em repouso,
e nem com uma lua nova desaparecida no horizonte-céu,
porque você era uma mulher que do amor tudo aprendera,

e agora, neste tempo de amar de novo já nem de novo é,
porque teus olhos estão olhando na direção deste amor,
que a saudade veio mostrar que Lavoisier estava certo,

porque nada se cria...mas tudo se transforma no tempo,
esse fluir que inevitavelmente nunca é somente repetição,
mas a constatação de que a vida é feita de todos matizes,

e que nossa felicidade é aquela de saber  e reconhecer,
que a vida é apenas um círculo hermético de um existir
combinatório...e que cada um...é sempre luz indivisível.

Está bem...eu sei que você está mesmo bastante feliz,
porque  afinal  nos reencontramos para um desencontro
amoroso que na realidade tardou para se concretizar,

mas  mostrou para mim que aquele verde...verde,
aquele verde que te quero verde, do famoso poeta
Federico García Lorca estava  bem diante de mim,
e diante de meus olhos, hoje  feitos de tua paisagem...

"Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montana.
Con la sombra en la cintura
ella suena en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fria plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la estan mirando
y ella no puede mirarlas."

Agora  são apenas  aqueles versos que um dia li e reli,
trazendo a certeza de que nosso  amor era todo verde,
como se fosse feito de nossos desejos mais ardentes.

Vem repousar tua cabeça neste verde.
Minhas mãos te querem em afagos sutis,
e meus lábios sim...também querem os teus.

Porque,nunca, em lugar algum,
houve como nos nossos  prados verdes,
beijos tão ardentes,tão bons...

Hum...nossos prados verdes !!!
Eram só verdes vertentes...
De uma paixão sem fim...


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Poesia que fiz em 02-10-09 às 19.30 h em SP
Lua crescente – sol e nublado – 26 graus
Beijos e abraços para você...bom sábado.[love]
cseagull2@hotmail.com
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