Ninguém engana a noite, mulher vestida de negro...
Que nos persegue, o dia inteiro...
Enciumada da luz.
Homem nenhum lhe conhece os caprichos,
O sabor dos lábios que a bruma esconde...
A todo instante, como bichos,
Morde-nos a delícia de um beijo proibido.
 
A noite é catedral dos pecadores felizes...
De portas escancaradas, a todos acolhe
Como mãe em colo de delícias.
 
Mas é mãe esperta, de olhar brilhante,
Que descobre na intenção muda, o grito de vida...
Ninguém engana a noite, parceira onipresente...
Das histórias sonhadas e esquecidas.