Cotidiano
I
Quero ser o teu roupão, que pões do banho ao sair.
A te envolver, fresca, com o teu melhor cheiro.
Deixar meu corpo, colado, a possuir por inteiro
Teu corpo, ainda molhado, fazê-lo de novo suado. Tu voltas ao banho - feliz a sorrir.
II
Será o teu corpo, de banho tomado, que faz meu desejo crescer?
Será o teu cheiro? Teus cabelos molhados? Fico a me perguntar.
Teu beijo tão doce me traz a resposta em teu terno falar. – Dize-me do que gostas: Do mar?
De terras distantes? Ou de efêmeras amantes? - Gosto mesmo é de estar com você!
III
Passear de mãos dadas, por lugares de sonhos - ouvir pássaros cantar.
Com esse jeito tão nosso, de ficar abraçados, quietos – calados.
No casulo formado, em que me protege, tua presença me rege. – Amado!
IV
É como me chamas, quando te inflamas, nas horas mais densas.
Teu amor, para mim, é como um prêmio; é também recompensa
Desta vida tão dura. Tu és fruta madura – muito melhor de provar.
Adentrar um jardim e deixar-se impregnar pelo odor das plantas é o melhor bálsamo para as nossas dores, tanto as do corpo como as da alma.
Vale do Paraíba, Novembro de 2008
João Bosco