*
Visceral*
Quisera rasgar versos
Na tua pele
Traçar a tua métrica
Num soneto sem ética
Em sandices
Despir poesias
Versar em carícias.
Quisera arranhar poemas
Nas juras da carne
Na composição dialética
Sensação atordoante, profética.
Quisera tecer duetos
Com nossos olhares
Enrodilhados no sal
Sudorese do uno corpo, coral.
Quisera descobrir as sílabas
Que poéticas cantam sons
Dos nossos decassílabos beijos
Em orações azuladas esculpidas no desejo.
Quisera rasgar-me em estilos
Profanando tua firmeza
Na aderência sagrada
Na rendição das reentrâncias aveludadas.
Quisera ser um verso
Uma melodia
Uma sinfonia,
Quiçá um acorde...
Silabando sons,
Cascateando flores
Acariciando tua fronte...
Ser sem simetria
Tua, na opulência
Na palpitação fonética dos olhares
Em rendições liláses.
Quisera ser teus versos
Tuas rezas, teus credos.
Teus sonetos d´alma
A cruz e a espada.
Quisera ser
Fôlego e espiral
Declamada na poesia
Incontida de nós
Visceral.
Karinna*