AMAMO-nus...

Ô minha Doce Amada!

Tu sustentaste o peso de minh'ausência injusta

Em anos que os dias não souberam...

Enquanto meu templo-coração-vazio

Regozijava de um falso amor.

Tuas orações rigorosas

Libertou-me desta prisão

por mim imposta...

Fim de minha mentira

Início de tua verdade

Dissestes sem cerimônia:

- Tu és meu agora.

E diante teu Poder

Não repudiei...

E como amantes amamo-nus...

Apagamos a memória do mundo profano,

Criamos um cenário só nosso,

Onde desejos, sandices, paixões

Pecado e santidade coabitam

Tua esplêndida beleza

Tão feminina...

Deusa sentada em meu Trono

Deleitando-se de meu membro rígido

Feita exatamente pra mim...

Teu encaixe exuberante

Sugando meu liquido quente

Para dentro de ti

Como uma fera no cio.

Teu corpo febril

Em alucinações

Derretendo o meu sem pudor

E piedade

Bebendo todo o sal de meu pecado...

Testemunha deste coito-ato?

Uma tela prateada configurava

A fotografia de nós dois...

Sobre-nus...

Divindade

Ritual de nossos corpos,

Reconstituindo-nus...

Ironia do destino...

Novamente sarcástico

Separa:

Eu de um lado - Dor

Tu de outro - Lágrimas...

O que acontece que não coabitamo-nus?

Não entendo...

Se fortemente amamo-nus...