Eterno e Carnal
Espero em frente ao meu espelho,
Para contar-lhe alguns segredos
Coisas, daquelas difíceis de falar.
Mas me apressa o anseio fedelho,
De sentir em mim os seus dedos
Com incontrolável desejo de me tocar.
Vamos conversar sobre nós dois,
Vamos bebericar algo bom e fingir
Disfarçando o que toma conta afinal.
Deixar o melhor para o depois,
Nas entrelinhas desvendar e sentir
O começo do eterno e fim do carnal.
Porém, como conter a torrente,
Que abre caminho entre os olhares,
chegando direto ao reduto do coração.
Se o mesmo olhar não mente,
E flui maior que os sete mares
Com o leve toque de sua mão.