Nunca mais você estaria só....

 Agora eu nem sabia mais o que fazer nesta tarde de sol,
depois que ela passou por mim com aquela inquietude,
como se fosse um colibri inquieto percorrendo flores.

E justamente como um colibri, ela agora se sentia só,
porque o néctar das flores que sempre ávida buscara,
agora era  raro...como se um inverno tivesse vindo,

para fazer desaparecer aquelas lindas flores primaveris,
e no seu lugar deixar como lembrança os tempos de sol,
que  Shiva com seu poder transformista podia sempre

trazer de volta naquelas mesmas emoções já vividas.
Hum...hoje seu álbum de recordações estava aberto
bem sobre o sofá da sala, mostrando todas as viagens.

Ela queria que eu soubesse o quanto e intenso vivera,
para que eu nunca pensasse que ela era apenas uma
mulher que tivesse passado a vida em brancas flores.

Não !!! Hoje ela só queria que eu soubesse de uma vez,
que o seu destino tinha, bem no fundo, toda  a altivez
de um tempo, que lhe consagrara  dezenas de lauréis.

Hum...agora ela estava na cozinha preparando surpresa,
e quando ela  se punha a cozinhar nunca demorava tanto,
porque fazia sempre alguns pratinhos desses rapidinhos.

Na França ela tinha aprendido algumas técnicas novas,
e, às vezes, me aparecia com um suflezinho delicioso,
desses que quando você olha todo enfeitadinho, hum.

Mas na realidade ela sempre me dizia que era difícil
lembrar-se de todas as nuances da cozinha francesa,
mas que se esforçava porque era especial para mim.

No fundo eu sabia que ela era como todas as brasileiras,
e que gostava mesmo é de seu feijão e arroz bem básico,
seguido de umas batatas fritas ou bifes de alcatra.

Sem se esquecer de uma saladinha de rúcula fresquinha,
dessas que quando você mastiga logo vai estalando,
e deixando aquele sabor marcante mesclado com azeite.

Na verdade ela não gostava de perder tempo cozinhando,
porque achava que era muito melhor ir a restaurantes,
e ficar “perdendo tempo” apenas no olhar um rico menu.

Mas convenhamos que o tempo já não era o de antes,
porque agora tudo havia se transformado num repente,
e ela estava reconhecendo na pele essas mudanças.

Antes ela nem tinha tempo para assistir novelas da Globo,
no entanto, agora ela nem queria perder um só capítulo.
E eu percebia como a vida dela realmente havia mudado.

Nisso, ela saiu da cozinha e veio até a sala dar um alô,
dizendo que a comida ainda ia demorar um pouquinho,
e que tinha vindo me roubar um beijo desses gostosos.

Então me puxou de leve  e senti seus lábios me querendo,
e  ali naquele sofá confortável ela só queria a minha boca,
e rindo...e puxando meu rosto disse: adoro te dar beijos.

E sem que esperasse ...ali estávamos no boca a boca...
como se eu fosse um náufrago e ela me dando seu ar.
Claro...que voltei à vida imediatamente...meio sufocando.

Nossa !!!  Seus beijos eram iguais  à sua maneira de ser,
pois uma vez dados, humm...ahh eu não escapava mais,
e nem você...meu colibri...cuja paixão te fazia tremer.

Seus lábios cheios de volúpia que coisa mais boa, uii.
Ela agora queria tudo porque não se contentava jamais
com pouco...e até o sofá rangia  nos nossos avanços.

Nisso, um forte cheio de queimado chegou até nós.
Então ela gritou...Amorrrrr...a comida !!!!!
Era muito tarde...tudo estava mesmo um torresminho.

Agora estou na sala de jantar...a mesa está quase vazia,
mas ela decorou com dois corações bem vermelhinhos,
e dos salvados do incêndio, rsrsrs ...uma rica salada...

se mostrando apetitosa...tanto quanto ela mesma.
Nos demos mais um beijo e a salada seguia seu destino.
Puxei minha cadeira e a encostei  bem juntinho da dela.

Hum, se pudesse estaria dentro desse seu lindo corpo,
porque então seríamos apenas um...seríamos só um...

E nunca mais você estaria só...
Nem eu...


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Poesia que fiz em 27-09-09 às 17 30 h em  SP
Lua crescente – sol forte – 2 7 graus
Beijos e abraços para você...Boa semana... [love]
cseagull2@hotmail.com
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