Monólogos
Não saberia definir
Por ti o meu sentimento
Sonho contigo ao dormir
Ao acordar é teu, meu primeiro pensamento.
Não sei aonde vai dar
Essa estrada em que o nosso amor trafega.
Também não parei prá pensar
Se sou eu que me dou, ou se és tu que se entrega.
Mas algo em mim é patente, e guardo com muito carinho.
Digo em alto e bom som, sem mesmo censura temer:
Falar contigo é tão bom, mesmo eu estando sozinho
A conversa flui consistente, como um riacho a correr.
Vejo-me falando contigo, quando algo me atormenta
Sei que me escutas e respondes, às questões quando te chamo
Preenchemos os vários hiatos que a vida nos apresenta
Quando tu choras, eu ouço: encorajo-te; confias - bem sabes o quanto te amo.
Recorro ao poeta chileno Pablo Neruda que diz que pessoas razoáveis não conseguem poetizar, acrescentando que os poetas, em contrapartida, jamais serão pessoas razoáveis. De mim mesmo, acrescento que o Amor, sentimento com base estabelecida no Coração, nunca caminhará confortável pelas estradas da Razão.
Vale do Paraíba, manhã da última Sexta-Feira de Maio de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)