TUAS LINHAS

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Ver as tuas linhas pela tela fria

Azul, distante, imóvel e silente

Leva-me a beber da sua poesia

Provando do santo e do quente

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Cada gota de verso teu que sorvo

Deleite puro mas não me satisfaz

De todos os pecados me absolvo

Mas, perdoada, quero pecar mais

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Pensamento alvoroçado, um calor

Que aquece a fria tela; eu sem medo

Não posso mais guardar o meu segredo

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Deslizo os olhos nos pontos precisos

Atenta, vibro com o seu sol-sorriso

Bebo tuas linhas com a ponta do dedo...

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(Lena Ferreira)