Amor em vapor, retorna à vida
Quando primeiramente te vi,
Enlouquecendo-me em degrade,
O que realmente senti,
Foi simples e puro prazer.
Quando te conheci como pessoa,
Linda e pura prosa,
Mostrou-se de viver à toa.
Como o cravo vive pra rosa.
Desacreditando seu amor,
Deixei-te sozinha a me esperar.
E tudo o que veio foi dor.
E a dor me fez acordar.
Você, no entanto, não estava mais aqui.
A fila anda, e eu saí dela.
Quando me dei conta de que te perdi,
Cerrei-me em minha própria mazela.
Sua distância era infinita,
E impossível era te alcançar.
Bradei por toda a vida,
Mas só ouvi minha voz ecoar.
E o que mais tinha importância agora?
Quando eu não sentia mais seu calor?
E quando ressurgiria a aurora,
Nesse meu mundo de trevas sem cor?
E então, como milagre inacreditável,
Sua voz reconheci na escuridão.
Era como substância inflamável,
Que reavivou meu coração.
Custei a acreditar nessa imagem,
Ainda fosca, mas sólida e forte.
Delirei, febril, com tal miragem.
Senti na carne o sarar de um corte.
E você lá estava.
E mesmo em espaços distintos,
Isso não importava.
Nossos corações é que estavam unidos.
E senti a vida retomar o arco-íris,
A importância de tudo voltar.
As chances do “felizes para sempre”,
Retornaram pra me assombrar.
Porque eu então já sabia,
O que era importante e o que não era.
Tudo como simpatia,
Que invadiu meu coração sem guerra.
Saber que tudo é verdade
É o que basta por um instante
Descobrir em você minha cara-metade,
Isso é o que é importante.