POR AMAR
Penso que nada mais falta para que eu
seja contemplado, além de viver de mãos
dadas com o silêncio, aprendei a monologar
com a maior facilidade, tanto é que nada fico
devendo para o monólogo de Hamlet.
Os dias passam lentos, sonolentos com um
constante bocejar, e quando chega a
noite sei que a madrugada se
aproxima para maltratar-me um pouco mais.
Tento por todos os meios reconciliar comigo
mesmo, desfazer-me dessa bola-de-neve
que estonteia tal qual um moinho de
vento em seu incessante girar.
Da mesma forma como as folhas que se
levantam do chão pela impetuosidade do vento,
assim sou eu alçado mais alto ainda
sem saber que destino chegar.
Sem nexo serão minhas palavras para me
autodefinir em meio a tantos desencontros.
Também será difícil entender minhas reticências
se não revelar meu zonzo proceder, é que
vivo um amor somente em meus sonhos dourados,
talvez por essa razão não me encontro...