POR AMAR

Penso que nada mais falta para que eu

seja contemplado, além de viver de mãos

dadas com o silêncio, aprendei a monologar

com a maior facilidade, tanto é que nada fico

devendo para o monólogo de Hamlet.

Os dias passam lentos, sonolentos com um

constante bocejar, e quando chega a

noite sei que a madrugada se

aproxima para maltratar-me um pouco mais.

Tento por todos os meios reconciliar comigo

mesmo, desfazer-me dessa bola-de-neve

que estonteia tal qual um moinho de

vento em seu incessante girar.

Da mesma forma como as folhas que se

levantam do chão pela impetuosidade do vento,

assim sou eu alçado mais alto ainda

sem saber que destino chegar.

Sem nexo serão minhas palavras para me

autodefinir em meio a tantos desencontros.

Também será difícil entender minhas reticências

se não revelar meu zonzo proceder, é que

vivo um amor somente em meus sonhos dourados,

talvez por essa razão não me encontro...

Wil
Enviado por Wil em 26/09/2009
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