Encantada

A infelicidade toma conta de um coração machucado pelas dores do prazer,

Faz criar duvidas sobre o meu incrédulo ser,

Invade a privacidade da vida pública,

Transgride as regras do amor,

Trazendo alucinações para os corações juvenis que ainda não aprenderam a amar.

No horizonte nasce a cada dia uma nova esperança,

De se esquecer as dores dos frustrados amores,

De lembrar à paixão que já um dia se aconchegou em um colchão,

Fazendo valer as palavras de um ombro amigo que jurou te fazer mudar.

Encontrar um caminho entre espinhos

E levar-me com cautela para não me machucar.

Mas levar-me para onde?

Respostas a parte,

Sinto que já não sou uma carta de baralho em descarte.

Sinto que ainda existe vida em mim.

Ainda existem borboletas, abelhas, flores e afins.

Existem pensamentos que se propagam em alta velocidade,

Fazendo-me lembrar de tudo e todos e descobrir que um dia,

Aqui neste peito dolorido, houve saudade.

Ao cantar do galo nas manhãs,

Ouço o barulho dos rumores vindo de lá,

De que há alguém na estrada encantando árvores e animais,

Dando beleza invejável a manguezais,

Levantando andarilhos da vida perdidos em desamores

Caídos de pedra em pedra.

Segundo os pássaros ela os ensinou a cantar,

Tirou-lhes os temores e os fez acreditar,

Que há sintonia entre céu e terra, entre o sol e o mar.

Desbravadora de caminhos, destruidora de dores,

Defensora da vida sem solidão,

Libertadora dos corações acorrentados em paixão,

Do sol e da terra ela é a irmã iluminação,

Transformando medo em luz,

Olhar regozijado que me enche de vida nova,

Amiga das estrelas, cantora da bossa nova,

Que ilumina minhas noites e as transforma em música.

Adentrando a minha casa ela faz reverência,

Diz ser sagrado meu coração,

Que pode transformar minhas lágrimas em cascatas de águas puras de amor,

Que no extremo de tudo sou respeitador,

Que de tudo o que já sofri, ela é a borracha que pode apagar,

Que do que posso viver, eu sou o lápis e ela o papel para me completar

E que mereço ser feliz e que para me salvar, a sua vida ela é capaz de dar.

Sentindo-se em casa ela se acomoda,

Faz o café com gotas de água d’aurora,

Serve a mesa achando ser a dona,

Nada mais do que justo,

Pois depois da saudade, ela foi, é e será a minha eterna felicidade.

Luiz Aguinaldo
Enviado por Luiz Aguinaldo em 26/09/2009
Código do texto: T1833039
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