café da manhã
se não consegues ver a sutileza
da correnteza das águas do rio,
vê se me dobra a toalha de mesa,
põe lá num canto do armário vazio
se não há nada pra ti tão profundo
nas coisas simples que realizamos,
vá lá pra fora e pergunta pro mundo
se foi gostoso o café que tomamos
se não percebes em meu avental
a frase boba que eu mesma bordei,
se não consegues ver lá no quintal
o girassol de que me enamorei,
liga a TV, de manhã tem jornal,
porque novela é às oito, eu sei!
Rio, 25/09/2009