café da manhã

se não consegues ver a sutileza

da correnteza das águas do rio,

vê se me dobra a toalha de mesa,

põe lá num canto do armário vazio

se não há nada pra ti tão profundo

nas coisas simples que realizamos,

vá lá pra fora e pergunta pro mundo

se foi gostoso o café que tomamos

se não percebes em meu avental

a frase boba que eu mesma bordei,

se não consegues ver lá no quintal

o girassol de que me enamorei,

liga a TV, de manhã tem jornal,

porque novela é às oito, eu sei!

Rio, 25/09/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/09/2009
Código do texto: T1832378
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