O PÃO DO AMOR - Retrô

Numa tarde estonteante, onde a noite convidava o sol para brindar;

Viu-se no horizonte um astro-rei amorenado;

Cor que o destino tomou emprestado para te pigmentar;

E me transformar em teu ardoroso caçador deslumbrado!

Para assanhar os teus cabelos e também os teus desejos;

Para matar minha sede interior nos teus seios de uva;

Para contornar cada curva tua e na saliva de tua boca tomar asseios;

Para acasalar meus devaneios com teu gemido que uiva!

Sem dó de teu açúcar, sem economizar teu mel;

Num segundo na Terra e outro no céu, te fazendo passear;

Teu grito amordaçar, convertendo-te a língua em véu;

Como num anel de amor, sem início e sem hora pra acabar!

Diva do entardecer, fêmea de eterno cio;

Vem castigar meu frio, inflamando meu colo atrevido;

Murmura em meu ouvido, me implora que recheie teu vazio;

Mata-me o fastio, sendo meu pão agora - eu te convido!

"Tenho fome de ti"

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 25/09/2009
Código do texto: T1831554
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