O CARNEVALE DO AMOR

O mar recolhido,

maré baixa,

a lua minguante

e Saturno no leme do barco.

Mas num dado momento,

um clic na hora certa,

um desvio da rota diária

na distração de uma tarde

uma última mirada na lista de nomes...

... e o mar se agita em temporal magnífico

buscando a praia sequiosa.

Aconteceu!

Areias encharcadas pelas águas benvindas,

um prelúdio de sonata

a ser executada a quatro mãos,

o teclado ebúrneo da minha pele

vibração de cordas, mãos em violino flamejante!

Coração acelerado, o corpo em êxtase,

amor em andamento, um "andante ma no molto..."

Oitavas em ascendência,

sinfonia de corpos

brilhando no espelho

do quarto em penumbra.

Doido carrossel girando

em velozes semifusas notas...

E do alto das nossas ânsias

em acordes exuberantes

espalham-se no ar

caindo lenta e magicamente,

os confetes deste carnevale.

Venzianas fanfarras,

batucadas alucinantes

a carne é fraca

a vida é breve

e esta santa missa

do amor sem recatos

apenas começou.

Demos graças a Deus!

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 24/09/2009
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