Eu me faço caminhante à miragem procurar...
Quanta estrada pela frente...
Ainda não sei qual tomar...
Minha alma sempre errante
Pro teu amor encontrar...
E eu me faço caminhante
À miragem procurar...
Não virás buscando os meus passos...
Mas o que posso fazer,
Se minh’alma, ingenuamente,
Entre todos foi querer
Uma luta que é inglória,
Mas não mando no escolher?...
Envelhecer, ver o tempo passando tão depressa...
Entristecer... Esperando uma promessa
Que foi feita há muito tempo atrás...
Perceber que a vida é efêmera
Na sua beleza de raio de luar
Mas que jamais fica a nos acompanhar...
Sonhar... Sonhar talvez para perfumar com flores
O pedregoso caminho que machuca os pés...
A esperança que não mais se quer
Porque o tempo do amor se foi...
Escolher a estrada pela frente
E nela seguir sem olhar atrás...
A procura do Amor é a maior procura...
E quem o encontra têm maior ventura!
(- E muitas vezes não lhe dá valor...)
Mas pior que a solidão amante
E o estar só com um(a) acompanhante
Que lhe é um(a) estranho(a) ao seu amor! Errante,
Este é o pior tipo de uma solidão...
Sigo só minha estrada à frente
Mas não quero quem me é indiferente
Como acompanhante para comigo andar...
Prefiro a solidão de ser eu triste
Do que uma companhia onde não existe
Nem completude, nem amor pra dar...
Escolho a estrada estreita e pedregosa...
Na solidão, sou fiel ao meu amor:
Não trairei jamais meu coração!...
Sorverei a taça amargosa
Não repartirei com ninguém a minha dor...
... E em minha dor... ainda canto uma canção...
De amor...