Eu me faço caminhante à miragem procurar...

Quanta estrada pela frente...

Ainda não sei qual tomar...

Minha alma sempre errante

Pro teu amor encontrar...

E eu me faço caminhante

À miragem procurar...

Não virás buscando os meus passos...

Mas o que posso fazer,

Se minh’alma, ingenuamente,

Entre todos foi querer

Uma luta que é inglória,

Mas não mando no escolher?...

Envelhecer, ver o tempo passando tão depressa...

Entristecer... Esperando uma promessa

Que foi feita há muito tempo atrás...

Perceber que a vida é efêmera

Na sua beleza de raio de luar

Mas que jamais fica a nos acompanhar...

Sonhar... Sonhar talvez para perfumar com flores

O pedregoso caminho que machuca os pés...

A esperança que não mais se quer

Porque o tempo do amor se foi...

Escolher a estrada pela frente

E nela seguir sem olhar atrás...

A procura do Amor é a maior procura...

E quem o encontra têm maior ventura!

(- E muitas vezes não lhe dá valor...)

Mas pior que a solidão amante

E o estar só com um(a) acompanhante

Que lhe é um(a) estranho(a) ao seu amor! Errante,

Este é o pior tipo de uma solidão...

Sigo só minha estrada à frente

Mas não quero quem me é indiferente

Como acompanhante para comigo andar...

Prefiro a solidão de ser eu triste

Do que uma companhia onde não existe

Nem completude, nem amor pra dar...

Escolho a estrada estreita e pedregosa...

Na solidão, sou fiel ao meu amor:

Não trairei jamais meu coração!...

Sorverei a taça amargosa

Não repartirei com ninguém a minha dor...

... E em minha dor... ainda canto uma canção...

De amor...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 23/09/2009
Código do texto: T1827167
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