Frenesi

Ao vislumbrar teu retrato na parede

Uma delinquente saudade arraigou-se em meu peito.

Busquei resgatar lembranças devassas

E o suco destilado banhou-se as faces trêmulas.

Recordei contundentes imagens de nossa paixão voraz

E revivi as ocasiões azadas de um leito pueril.

Na memória o insano desejo se instalava,

Mas já não estavas ali como antigamente.

O tempo consignou uma lembrança frenética

Que naquele instante patenteou meu estado latente;

Os meneios do teu corpo ainda presentes

Sobressaíram-se em desvairosa sintonia angelical.

Não compreendo por que partiste repentinamente,

Se ainda hoje nossas mentes se comunicam em transmissões permanentes.

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/09/2009
Código do texto: T1824980
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