Frenesi
Ao vislumbrar teu retrato na parede
Uma delinquente saudade arraigou-se em meu peito.
Busquei resgatar lembranças devassas
E o suco destilado banhou-se as faces trêmulas.
Recordei contundentes imagens de nossa paixão voraz
E revivi as ocasiões azadas de um leito pueril.
Na memória o insano desejo se instalava,
Mas já não estavas ali como antigamente.
O tempo consignou uma lembrança frenética
Que naquele instante patenteou meu estado latente;
Os meneios do teu corpo ainda presentes
Sobressaíram-se em desvairosa sintonia angelical.
Não compreendo por que partiste repentinamente,
Se ainda hoje nossas mentes se comunicam em transmissões permanentes.