A GREVE DOS SENTIDOS - Retrô
Desde a primeira vez em que eu te vi;
Passou a ver detalhes coloridos e trabalhou feliz o meu olhar;
Mas se por razão qualquer a tua imagem já não mais se achar aqui;
Revolta-se minha visão, negando-me a chance de enxergar!
Quando o teu suave perfume às narinas me subiu;
Eu descobri o inconfundível aroma da felicidade;
Mas quando num único segundo, a fragrância de tua pele se evadiu;
Dsse-me adeus o olfato, legando-me apenas o triste odor da saudade!
No dia que meus ouvidos captaram a melodia de tua voz;
Todos os sons da realização estiveram ao alcance de meu sentir;
Mas se teu sorriso partir e com teu vácuo ausente deixar-me a sós;
Minha audição contigo partirá e nada mais conseguirei ouvir!
No mágico momento em que me foi possível teu corpo tocar;
Eu percebi que ali manipulava o meu segredo de satisfação;
Mas se de repente não te sinto, se tua pele junto à minha não está;
Esconde-se meu tato e qual vento torna-se tudo que me chega à mão!
De todos os sabores o que mais apreciei foste tu;
E nos teus lábios achei delícias que me saciaram nos seus favos;
Mas se me faltas à mesa do amor, tudo o mais tornasse salobro e cru;
Meu paladar ignora a mim, preferindo buscar o sabor de teus passos!
Tudo o que sou e tudo o que sinto está relacionado a ti;
Visão gloriosa, olfato da vida, som do amor e toque na alma;
Alimentar-me só é possível se tua paixão meu coração ingerir;
Pois te sentir é o que me cura e adoece, é o que me condena e salva!!