A GREVE DOS SENTIDOS - Retrô

Desde a primeira vez em que eu te vi;

Passou a ver detalhes coloridos e trabalhou feliz o meu olhar;

Mas se por razão qualquer a tua imagem já não mais se achar aqui;

Revolta-se minha visão, negando-me a chance de enxergar!

Quando o teu suave perfume às narinas me subiu;

Eu descobri o inconfundível aroma da felicidade;

Mas quando num único segundo, a fragrância de tua pele se evadiu;

Dsse-me adeus o olfato, legando-me apenas o triste odor da saudade!

No dia que meus ouvidos captaram a melodia de tua voz;

Todos os sons da realização estiveram ao alcance de meu sentir;

Mas se teu sorriso partir e com teu vácuo ausente deixar-me a sós;

Minha audição contigo partirá e nada mais conseguirei ouvir!

No mágico momento em que me foi possível teu corpo tocar;

Eu percebi que ali manipulava o meu segredo de satisfação;

Mas se de repente não te sinto, se tua pele junto à minha não está;

Esconde-se meu tato e qual vento torna-se tudo que me chega à mão!

De todos os sabores o que mais apreciei foste tu;

E nos teus lábios achei delícias que me saciaram nos seus favos;

Mas se me faltas à mesa do amor, tudo o mais tornasse salobro e cru;

Meu paladar ignora a mim, preferindo buscar o sabor de teus passos!

Tudo o que sou e tudo o que sinto está relacionado a ti;

Visão gloriosa, olfato da vida, som do amor e toque na alma;

Alimentar-me só é possível se tua paixão meu coração ingerir;

Pois te sentir é o que me cura e adoece, é o que me condena e salva!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/09/2009
Código do texto: T1824783
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