OS ESTRAGOS QUE EU FAÇO…

Cada vez que pego num copo

E bebo

Como se não existisse o amanhã

Estragando esse futuro

Por ver amor em demasiados lados

Estragando o porvir

Pois nessas noites

Há demasiadas encruzilhadas

E eu…

Francamente bloqueio

E

Não sei para onde ir…

Quando olho para os teus olhos

E não sei interpretar

A sua profundidade

Os seus silêncios

Os seus sinais

Guiando-me pelo instinto

Que demasiadas vezes

Faz estragos tais

Que me apresso

A corrigir

Entrando não na salvação desejada

Mas numa espécie de labirinto

Cada vez que escrevo

O que me vai na alma

Sem ligar ao coração

Desprezando

Essa vital ligação

Escrevendo

Ontem

Hoje

E depois de amanhã

Nas minhas mil e uma noites

Trovas de um amor

Desejado

De um amor

Falhado

Onde suspiro pela tua luz

Pois penso

Que só tu me podes iluminar

E de uma espécie de trevas

Me retirar

Ignorando

Que as trevas

São um estado mental

E não uma realidade corpórea

Que não me fazem mal

Pois fiz

Do amor crepuscular

Devido à saudade

Uma espécie

De distorcido ideal

Os estragos que eu faço…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 22/09/2009
Código do texto: T1824148
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