OS ESTRAGOS QUE EU FAÇO…
Cada vez que pego num copo
E bebo
Como se não existisse o amanhã
Estragando esse futuro
Por ver amor em demasiados lados
Estragando o porvir
Pois nessas noites
Há demasiadas encruzilhadas
E eu…
Francamente bloqueio
E
Não sei para onde ir…
Quando olho para os teus olhos
E não sei interpretar
A sua profundidade
Os seus silêncios
Os seus sinais
Guiando-me pelo instinto
Que demasiadas vezes
Faz estragos tais
Que me apresso
A corrigir
Entrando não na salvação desejada
Mas numa espécie de labirinto
Cada vez que escrevo
O que me vai na alma
Sem ligar ao coração
Desprezando
Essa vital ligação
Escrevendo
Ontem
Hoje
E depois de amanhã
Nas minhas mil e uma noites
Trovas de um amor
Desejado
De um amor
Falhado
Onde suspiro pela tua luz
Pois penso
Que só tu me podes iluminar
E de uma espécie de trevas
Me retirar
Ignorando
Que as trevas
São um estado mental
E não uma realidade corpórea
Que não me fazem mal
Pois fiz
Do amor crepuscular
Devido à saudade
Uma espécie
De distorcido ideal
Os estragos que eu faço…