Vida Nada
Eu, por mim, prefiro a escuridão
Onde fecho os olhos e sou só a alma
Viajo em detalhes, sou todo alusão
Ao que me implica na mais nobre calma
Não busco teus sóis, calor em desconforto
O barulho desafinado da voz alheia
Que nada sabe da alma - nasce já morto! -
E não tem o prazer correndo pela veia.
Eu, por mim, prefiro os poemas de amor
Que o poema foi feito em fantasias
Não, não se absorve dele cansaço e dor
Somente se atenta às tuas alegrias
Não busco teu beijo, não faço questão
Tenho em mente, pra mim, algo maior
Enquanto buscas o perfume do coração
Eu me contento com sangue e suor.
Eu, por mim, prefiro a morte
A quem vive e não mais quer amar
Pois que viver sem amar é pior que
Amar sabendo jamais poder amar
Abaixo do chão, onde jaz, vale mais
Que aqui, de pé, mas com medo da vida
E do que ela, por si só, já nos traz,
Como viver e temer que a vida finda.
Eu, por mim, não prefiro mais nada
Sou eu descanso, a busca da minha paz
Que prefiram vocês a paixão que foi dada
E ainda sobre o pecado e tudo isso mais
Água é que cura, amor é que mata
Mas a escuridão, os poemas e a morte,
São meus abrigos, e eu prefiro o nada
Do que jogar cartas versus a sorte.