E ressuscitá-lo...
Em muitos dias
E tantas outras noites
Descobri que eu já sabia
Que eu viveria açoites...
Sabia e a mim próprio mentia...
Sabia quem era o culpado,
Quem havia me condenado...
Fugas por trilhas
Que escondiam armadilhas...
Fui meu próprio juiz,
Minha própria sentença
E isto quem me diz
Não me põe ofensa...
É só minha consciência
Cansada de tanta dor,
De tanto auto-flagelo...
Onde está o amor?
Onde está o belo?
Perguntas que não sei responder,
Palavras que sei dizer...
Como deixar o pior
E encontrar o melhor?
Já lutei e tanto,
Já vivi na revolta,
Não adiantou o pranto,
Tampouco olhar à volta...
A cura está dentro de mim
E terá que ser assim...
Cortar da mente as mãos insanas,
Arrancar o mal sem ilusão,
Tomar nos braços
Mesmo aos pedaços
Meu ensangüentado coração
E ressuscitá-lo então...