DIAS E NOITES
(A Índia)
Vivemos no ritmo de uma canção
Envolvidos por uma melodia
Onde o humilde compositor
Não transmite a emoção
Nem a dose certa da magia
Ou o compasso do amor.
O passo segue o ritmo do desejo
A meia-noite e a meia-luz
Dedilhando as notas musicais
Nossas mãos dadas, um único beijo
O som é a locomotiva que conduz
Ao salão dos antigos festivais.
Mãos frias e coração quente
A luz da lua pela fresta da janela
Decorando o mágico espaço
E eu vivendo o tempo presente
Observando como és bela
Através do seu abraço.
Eternizando curtos instantes
Antes que a música termine
A ronda psicológica vai recuar
Permitindo que sejamos amantes
Provar deste amor não é crime
Quando necessitamos amar.
Um toque, um rápido consentimento
Sucessivas avalanches de carinho
Remando nas ondas frenéticas do querer
O ápice do amor a cada momento
Mostrando-nos o longo caminho
Para chegarmos ao mágico prazer.
Estenderemos nossos corpos na relva
Longe da movimentação da rua
Onde não há juiz e nem réu
Como se estivéssemos pedidos na selva
Teremos apenas a companhia da lua
E como testemunha o imenso céu.